Homem acusado de matar 43 pessoas vai a júri
Saílson José das Graças, que ficou conhecido como “serial killer da Baixada” após confessar à polícia ter assassinado mais de 40 pessoas na região, vai a júri popular. A decisão é da 7ª Câmara Criminal, que rejeitou um recurso da defesa do réu. O júri chegou a ser marcado para o dia 18 de abril, mas foi adiado a pedido do Ministério Público (MP) estadual. A nova data ainda não foi definida.
No processo que tramita na Justiça do Rio Saílson é acusado de tentar matar uma mulher e seu filho, de cinco meses, enquanto dormiam. À polícia, no entanto, ele afirmou ter matado 43 pessoas ao longo de nove anos, a maioria mulheres.
A última vítima de Saílson foi Fátima de Miranda, de 64 anos, morta a facadas no dia 10 de novembro de 2014. Depois que o filho de Fátima encontrou o corpo da mãe, já sem vida, os vizinhos denunciaram o assassino à polícia. Na região, já se comentava a existência de um “maníaco da faca”, em virtude de nos dois meses anteriores terem ocorrido outras quatro mortes a facada no Jardim Corumbá, bairro de Nova Iguaçu.
No caso da balconista Marilene de Oliveira Silva de Brito, de 47 anos, Saílson usou um martelo como arma. Em depoimento ao juiz Alexandre Guimarães Gavião Pinto, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, Saílson alegou que a matou porque a vítima “se enquadrava no perfil que gosta de matar”, ou seja, “mulher branca e magra e com facilidade de ser executada pois morava sozinha”.
Em outra ocasião, Saílson matou uma mãe e seu bebê, que estava no berço. De acordo com a Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Saílson confessou que seguiu Fernanda da Silva Hazelman, de 25 anos até a casa dela. Em seguida, o réu entrou na residência pela janela. Após asfixiar a vítima, matou, que dormia em seu berço, com 14 facadas, por ele “não parar de chorar”. Na ocasião, o outro filho da vítima, de 5 anos, também estava na casa. Segundo o depoimento de Saílson, ele viu o menino no local, mas como o garoto não chorou nem fez barulho, foi poupado.
Preso em dezembro de 2014, Saílson confessou os assassinatos com frieza. No mesmo ano, a pedido de sua defesa, o réu foi submetido a um exame de sanidade mental. O laudo apontou que Sailson não apresentavam sinais e sintomas que configurem doenças mentais e era “inteiramente capaz de entender o caráter ilícito” dos crimes.
Do Extra