Ao concluir o inquérito sobre o ataque ao candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), o delegado da Polícia Federal (PF) Rodrigo Morais Fernandes revelou que o agressor, Adelio Bispo, realizou um curso de tiro. As aulas ocorreram em julho deste ano, em Florianópolis, antes de ele se mudar para Juiz de Fora, onde houve o atentado. Em depoimento, Adelio revelou que chegou a tentar comprar uma arma, mas não conseguiu por motivos financeiros e por dificuldades em registrá-la junto à PF.
— Ele informou que desistiu de adquirir uma arma pelas dificuldades em justificar o uso junto à Polícia Federal e também em função dos custos elevados — disse o delegado.
No depoimento, Adélio não explicou se pretendia utilizar a arma contra Bolsonaro, mas que tinha interesse em defesa pessoal, alegando receber ameaças de um político de Uberaba (MG).
O delegado também apurou que o agressor tinha habilidade no uso de facas. Em depoimentos colhidos junto a antigos colegas de trabalho de Adélio, foi revelado que ele já havia trabalhado em um restaurante japonês e como auxiliar de cozinha. No dia do crime, confessou já ter saído de sua residência carregando a faca utilizada no crime.
A trajetória de Adélio será analisada de forma mais minuciosa a partir de um segundo inquérito já aberto pela PF. No primeiro, concluído nesta sexta-feira (28), a PF disse que ele agiu sozinho no dia do atentado. Agora, irá se debruçar sobre os últimos cinco anos de sua vida, para identificar possíveis influências no crime. Por enquanto, não há indícios de participação de outras pessoas, o agressor revelou ter agido sempre sozinho.
Adélio foi indiciado pelo crime de “atentado pessoal por inconformismo político”, com base na Lei de Segurança Nacional. A pena prevista é de 6 a 20 anos de prisão.
(Do Zero Hora)