A felicidade é um raio de sol
Por Daniele Lima
A felicidade é como um raio de sol. Após percorrer uma jornada tão exaustiva, a felicidade comemora, aquece, brilha, surpresa pelo próprio capricho da vida. Tão cansada, senta, espera, rumina planos. Será cedo ou tarde?
Ainda cintilante, desliza seu corpo estreito para perto, tão delicada e majestosa, tão persistente e fugaz. Um holofote de vibrações é desencadeado.
Reminiscências. Uma pausa enfim. Ela chegou. Aliás, está chegando. Chega aos poucos em tons amarelos, laranjas, sinta apenas o brilho. A bravura veio sem anúncio.
Imagino o significado do eco, das fortalezas marítimas, teoremas, regras, cortinas azuis, economizar dinheiro, tempo, para que quando este momento chegasse algo estivesse pronto (não sei mais o quê) e repentino, sem aviso, ele veio. O que é tudo isso perante meu raio de sol ? Tudo está aqui agora. A busca está cessada. São cenas de luzes, de idas e vindas de rupturas antigas e amargas. Ela chegou. Ouço a cor deste instante, caminho no tempo, é híbrido, tem vários sabores. Sua essência foi mantinda por um tempo impreciso,(terá sido pouco ou muito?) para depois se diluir, fraca, fraca, perdendo calor, como se descesse pelos trópicos.
Uma fina película de luz resta, já perdeu quase todo o calor, repentina, quase como uma lágrima que cai, ela some. Então as cortinas fecham, pesadas como um adeus, varrem o chão, arrastam tudo.
Sinto que tentei salvá-la, segurá-la em minhas mãos. Ela quis, me quis, eu a quis e nosso mistério é sobre o despertador do sonho e sobre o final da luz. Aqueceu-me enquanto pode, tão límpida e radiante, feliz por encontrar-me em casa.
Daniele Lima é jornalista e mora em Timon
