Saúde

Ex-apresentadora do Globo Esportes, Cris Dias vende todo seu patrimônio e pede demissão do emprego

A jornalista Cris Dias anunciou, pelas redes sociais, que decidiu adotar um novo estilo de vida, o que passa, inclusive, por mudanças profissionais. Assim, afirma no texto que deve deixar o trabalho na CNN Brasil, emissora na qual vinha trabalhando.

Ela diz ainda que se livrou de quase todos os bens materiais: “Eu larguei a moradia tradicional pra viver de aluguel por temporada. Pra gastar menos, pra ficar mais livre e leve. Tanto ter estava pesando as minhas costas. Doei e vendi tudo que tinha. Porque não preciso de tanto mas sei que muita gente precisa desse tanto que tenho”.

Por fim, a jornalista agradece à CNN Brasil, diz que gostaria de estabelecer uma nova forma de parceria com a emissora, se possível, e diz que viverá de acordo com o que acredita. “Somos todos um só. Nunca esqueçamos disso”, conclui.

Leia a carta de Cris Dias

“A vida é feita de fases. Momentos. Precisamos aprender a respeitá-los. Isso nos faz evoluir dentro da nossa existência. Isso se chama propósito.

Esse sonho já foi realizado. Já foi a minha verdade e já me proporcionou além do que eu poderia imaginar. Acredito que como comunicadora, posso prestar serviço à sociedade de outro jeito. Vários outros, talvez. Talvez seja a proximidade com os 40, a tal necessidade de se reinventar. Mudar a forma, mudar o conteúdo…sei lá.

Só sei que enquanto me conhecia por gente e como profissional, muitos conceitos foram se modificando ao longo do tempo, esse grande amigo. Um desses conceitos é de que existe apenas uma maneira de se ter sucesso na vida, que é trabalhando o máximo que o seu corpo e mente aguentam pra poder ter o máximo de coisas possíveis porque aí vão validar você na sociedade de consumo. O tal status, reafirmado e glamourizado na ostentação das redes sociais. Mas será que precisamos consumir tanto, TER tanto, pra sermos alguém? Será que só somos felizes vivendo sob esse sistema que só considera pessoas de acordo com o seus padrões e status econômico? Onde ter é ser!? Onde toleramos desigualdades grotescas como se fossem invisíveis. A partir desse sistema, estamos nos destruindo e destruindo o planeta. O corona vírus é um sinal claro dos novos tempos, do novo normal. Que de normal não tem nada. Adoecemos coletivamente. Eu não queria mais fazer parte dessa engrenagem.

Então comecei a tentar entender que movimento era esse dentro de mim. Sim, nasceu um novo proposito diante de tudo isso que estamos vivendo. As fichas caíram de vez. Eu larguei a moradia tradicional pra viver de aluguel por temporada. Pra gastar menos, pra ficar mais livre e leve. Tanto ter estava pesando as minhas costas. Doei e vendi tudo que tinha. Porque não preciso de tanto mas sei que muita gente precisa desse tanto que tenho. Porque hoje em dia felicidade pra mim tem a ver com menos. Menos consumo, menos coisas, menos correria, menos apego material. Menos e mais. Mais tempo, mais qualidade de vida, mais contato com a natureza, algo que descobri ser imprescindível pra mim. Mais preocupação e cuidado com o meio ambiente. Com o próximo. Consigo próprio.

Do Correio Brasiliense

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Elias Lacerda

Elias Lacerda

Elias Lacerda
Jornalista apaixonado pela notícia e a verdade