Áudios divulgados pela Secretaria de Segurança nesta segunda-feira (2) mostram como os policiais investigados na operação Dictum agiam. Estão envolvidos policiais militares e civis suspeitos de corrupção. Dez já foram presos.
Em uma das conversas, os policiais aparecem negociando armas para executar “serviços”. Um reclama que só tem um revólver 38 e quer adquirir uma pistola. “Ainda mais nós que somos pistoleiros”, afirma.
Em outro diálogo, eles falam de um “contrato” no valor de R$ 10 mil para espancar uma pessoa. “Eu tinha pedido 20 mil para derrubar, mas o cara não quer derrubar de jeito nenhum”, diz um dos policiais.
Os áudios mostram que os policiais trocam serviços entre si. Um deles pede que o colega dê uma surra em um rapaz que teria incomodado a sua família. O PM que afirma fazer o serviço pergunta se pode matar e revela que está com saudades.
“Eu estou com saudades, nunca mais matei ninguém. Ow tristeza. Vamos tirar um dia para nós rodar”, diz ele.
Os policiais conversam também sobre supostas investigações relacionadas a milícias em Teresina. “Rapaz essa polícia daqui gosta muito é de prender polícia e os vagabundos reina na cabeça deles”, diz um dos investigados nas gravações.
Outro suspeito relata que no Piauí não existe milícia e chama os policiais do estado de medrosos. “Milícia é no Rio de Janeiro rapaz, não existe no Piauí não. Os policiais, somos todos medrosos”, afirma.
Os policiais também foram flagrados acertando uma carga de cigarro contrabandeado. Segundo a SSP, dos 16 investigados, 13 são policiais militares, um policial civil e duas pessoas comuns.