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Estudo revela: Vacina contra a tuberculose (BCG) está evitando mortes em massa por coronavírus no Brasil

O trabalho revelou que taxas mais baixas de infecção e morte se repetem em todos os países onde a vacinação é obrigatória. Foi analisada a taxa diária de infecções em 135 países e de óbitos em 134 ao longo dos primeiros 30 dias da pandemia em cada nação.

Em 15 de abril, o número de mortes registrado no Brasil era de 1.736. Mas poderia ter chegado a 24.399, se o País não adotasse a política de vacinação obrigatória na infância, estimam os pesquisadores.

Entre os países que têm a BCG obrigatória estão China, Brasil e França. Algumas nações revisaram a exigência porque a tuberculose deixou de ser ameaça, como Austrália e Espanha. Outras nunca exigiram, como EUA e Itália.

Estudos sugerem que a vacina tem efeitos benéficos na imunidade contra muitas infecções pulmonares, o que a tornaria candidata importante na prevenção da Covid-19. Os cientistas ressaltam, porém, que ainda é necessária pesquisa mais ampla.

“Vocês (brasileiros) estão com um problema horrível, a despeito de tomarem a BCG. Mas poderia ser bastante pior. Essa vacina diminui a probabilidade de infecção, a gravidade dos sintomas da doença e também a letalidade no futuro. Mas não adianta pensar que, porque você tomou, não precisa se preocupar. Não é uma proteção completa”, afirmou Shinobu Kitayama, principal autor do estudo (com informações do Diário do Nordeste).

 

Tuberculose – principalmente as formas graves, como meningite tuberculosa e tuberculose miliar (espalhada pelo corpo).

Do que é feita:

É composta pelo bacilo de Calmette-Guérin – origem do nome BCG – obtido pela atenuação (enfraquecimento) de uma das bactérias que causam a tuberculose. Completam sua composição o glutamato de sódio e a solução fisiológica (soro a 0,9%).

Indicação:

A vacina é indicada de rotina a partir do nascimento até antes de a criança completar 5 anos de idade.

Outras recomendações: Pessoas de qualquer idade que convivem com portadores de hanseníase (lepra); estrangeiros ainda não vacinados e que estejam de mudança para o Brasil.

Contraindicação:

  • Pessoas imunodeprimidas e recém-nascidos de mães que usaram medicamentos que possam causar imunodepressão do feto durante a gestação.
  • Prematuros, até que atinjam 2 kg de peso.

Esquema de doses:

Dose única.

Local de aplicação:

Intradérmica.

Cuidados antes, durante e após a vacinação:

A vacinação não requer qualquer cuidado prévio.

Na maioria das vezes, haverá uma reação no local da aplicação com posterior formação de cicatriz. É importante não colocar produtos, medicamentos ou curativos, pois trata-se de uma resposta esperada e normal à vacina.

A revacinação de crianças que não desenvolveram cicatriz deixou de ser recomendada pelo Ministério da Saúde em fevereiro de 2019.

Efeitos e eventos adversos:

A BCG quase sempre deixa uma cicatriz característica, com até 1 cm de diâmetro, no local em que foi aplicada – como rotina, no braço direito. Essa reação é esperada! A resposta à vacina demora cerca de três meses (12 semanas), podendo se prolongar por até seis meses (24 semanas), e começa com uma mancha vermelha elevada no local da aplicação, evolui para pequena úlcera, que produz secreção até que vai cicatrizando.

Eventos adversos possíveis: úlceras com mais de 1 cm ou que demoram muito a cicatrizar; gânglios ou abscessos na pele e nas axilas; disseminação do bacilo da vacina pelo corpo, causando lesões em diferentes órgãos.

Segundo o Ministério da Saúde (MS), os gânglios surgem em cerca de 10% dos vacinados.

Qualquer que seja o evento, o serviço de vacinação deve notificá-lo ao órgão de vigilância em Saúde e encaminhar o paciente ao posto de saúde para acompanhamento e tratamento adequados.

Onde pode ser encontrada:

Nas Unidades Básicas de Saúde e nos serviços privados de vacinação.

Resultados da prevenção no Brasil e no mundo:

A vacina BCG não oferece eficácia de 100% na prevenção da tuberculose pulmonar, mas sua aplicação em massa permite a prevenção de formas graves da doença, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar (forma disseminada).

No Brasil, embora a incidência de tuberculose pulmonar venha aumentando, quase não são mais registradas as formas graves da doença. Outro exemplo da importância da vacinação foi o aumento do número de casos de tuberculose em crianças, registrado quando a Suécia suspendeu a vacinação de rotina.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, nos países onde a tuberculose é frequente e a vacina integra o programa de vacinação infantil, previna-se mais de 40 mil casos anuais de meningite tuberculosa. Impacto como este depende de alta cobertura vacinal, razão pela qual é tão importante que toda criança receba a vacina BCG.

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Elias Lacerda

Elias Lacerda

Elias Lacerda
Jornalista apaixonado pela notícia e a verdade