Servidores públicos pressionam ministro Paulo Guedes por reajuste salarial

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonocate), que representa cerca de 37 entidades sindicais, protocolou, na tarde desta terça-feira (18/1), um ofício ao Ministério da Economia. O documento reivindica uma reunião com o ministro Paulo Guedes (Economia) para tratar da pauta salarial dos funcionários públicos, que estão sem reajuste há cinco anos. A ação ocorreu simultaneamente a uma manifestação dos servidores em frente à sede da pasta econômica.

De acordo com a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condisef), caso o governo não se pronuncie sobre o ofício até a segunda quinzena de janeiro, haverá uma reunião no dia 27 deste mês para “definir detalhes sobre uma eventual greve geral”, prevista para ocorrer em fevereiro.

No documento, os servidores federais alegam que as perdas inflacionárias (acumuladas desde 2017, para 80% dos servidores; e desde 2019, para os demais) já corroeram cerca de ¼ do poder aquisitivo de seus salários.

“Se não houver recomposição salarial em 2022, tais perdas poderão se acumular até 2024, haja visto as restrições impostas pela legislação fiscal vigente, sobretudo pela Lei Complementar nº 173/2020”, afirma o Fonacate.

Cenário

A revolta do funcionalismo público começou após o Congresso Nacional aprovar o Orçamento de 2022, que cortou verbas da Receita Federal e reservou R$ 1,7 bilhão para reajuste salarial exclusivo a policiais federais, em pleno ano eleitoral. O aumento para a categoria partiu de uma demanda do próprio presidente Jair Bolsonaro (PL).

No entanto, nesta terça, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), colocou em dúvida a concessão de reajustes salariais a servidores, mesmo às categorias da segurança e da saúde. Em entrevista quando chegou ao seu gabinete nesta terça-feira (18/1), o general lembrou que não há espaço orçamentário para atender o funcionalismo público.

“Você sabe muito bem que não tem espaço no orçamento para isso, né?”, afirmou ele. Servidores de mais de 40 categorias do governo federal fazem greve nesta terça por reajuste salarial e reestruturação de carreiras.

Bater o martelo

Questionado se o reajuste ficará, então, limitado a servidores da segurança e saúde, para os quais os aumentos já foram prometidos, Mourão respondeu: “Não sei nem se o presidente vai conceder isso aí”.

Em seguida, ele afirmou que é preciso esperar o chefe do Executivo federal “bater o martelo”.

 

Do site Metrópoles

Elias Lacerda

Jornalista apaixonado pela notícia e a verdade

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