Bruno Maia passou uma hora nas mãos de quatro assaltantes dentro do próprio carro. Nesta quarta-feira (7) por volta das 20h20h, o médico deixou a esposa, dois filhos e a babá para um aniversário em um buffet na zona Leste de Teresina. Em seguida câmeras de segurança flagraram a caminhonete em que estava entrando em Timon as 20h40. Bruno falou pela 1 vez sobre os momentos de terror que viveu durante o sequestro.
“Assim que eu dobrei a esquina tinha um veículo parado com a luz acesa e eu estacionei logo na frente achando que eles iam para o aniversário também. Assim que eu desci e caminhei e dei dois passos eles me abordaram. Quatro bandidos, dois armados, falaram que era um assalto, pegaram a chave do carro, celular, carteira a minha aliança e me levaram”, descreveu o médico
Os bandidos tentaram sacar dinheiro da conta do médico mas não conseguiram, eles erraram a senha e bloquearam o cartão. O médico foi libertado em uma estrada vicinal entre Timon e Caxias e andou por uma hora no escuro até encontrar ajuda. Ele tomou um táxi e por volta de 22h30 reencontrou a família.
“Estar a salvo é bom demais. Ontem eu ainda estava em estado de choque e o pessoal estava todo animado com minha chegada. Na hora de encostar a cabeça no travesseiro pra dormir foi pra rezar que Graças a Deus deu tudo certo”, contou.
O médico compareceu a Polinter para registrar boletim de ocorrência no início da tarde desta quinta-feira (08). As últimas ocorrências mostram que veículos de luxo roubados em Teresina e levados para o Maranhão são encomendados por receptadores. Lá são clonados e rodam em locais de pouca fiscalização como fazendas, por exemplo. Uma pick-up que aqui custa em média R$ 120 mil, chega a ser repassada ao comprador por R$ 7 mil.
“Quando as pessoas que nós prendemos nessas operações ficam presas, há a diminuição nos crimes. Desde janeiro há um convênio com o Detran, a PM e as forças táticas, então essas operações estão prendendo cada vez mais receptadores. Com a prisão dos receptadores diminui a demanda e os ladrões não roubam porquê não tem mais a quem vender”, pontuou o delegado Cadena Júnior, titular da Polinter.
Por enquanto não há pistas do paradeiro da pick-up do médico. Bruno espera que o caso não vire um mero número nas estatísticas. “O que eu espero é que acabe com essa violência. Que as autoridades se comovam quando acontece. Você só vai saber o risco que você está correndo numa capital depois que acontece com você”, finalizou.
Fiscalização nas pontes
O tenente coronel Ramos, comandante da Polícia Rodoviária Estadual participou de entrevista ao Jornal do Piauí desta quinta-feira (7) onde explicou que existe a obrigação de fortalecer as fiscalizações nas pontes que ligam o Piauí ao Maranhão. Porém ele admitiu que a demanda por segurança é muito grande e a fiscalização faz parte da estratégia de policiamento e combate.
“Nós vamos sempre precisar de mais Polícia mas não estamos parados para evitar a prática criminosa. O trabalho tem sido intensificado e estamos buscando intensificar ainda mais”, completou o comandante.
(Do cidadeverde.com)