Militares do exército são presos no Maranhão e Ceará suspeitos de comércio ilegal de armas

Dois militares do Exército Brasileiro foram presos, nesta quinta-feira (18), em São Luís e em Fortaleza, no Ceará, suspeitos de integrarem uma associação criminosa que atua no comércio ilegal de arma de fogo no Maranhão e em outros estados da federação.

Além dos militares, outras três pessoas foram presas por participação no esquema criminoso, bem como houve a apreensão de 17 armas de fogo, provas documentais, aparelhos celulares e 545 munições.

As prisões a apreensões foram feitas durante a Operação Orlov, realizada pela Polícia Civil do Maranhão, nesta quinta-feira (18), por meio do Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO), vinculado à Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).

Durante a operação, foram ainda cumpridos 27 mandados de busca e apreensão domiciliares em São Luís, Imperatriz, Barreirinhas, Lago da Pedra, Humberto de Campos, Ribeirão Preto (SP), Fortaleza (CE) e Parauapebas (PA).

As investigações ainda identificaram empresas fantasmas em nome de dois laranjas, as quais eram controladas por um militar do exército.

As investigações

As investigações do comércio clandestino de armas de fogo no Maranhão tiveram início a partir da prisão, em flagrante, de um dos participantes do esquema criminoso, ocorrida no dia 5 de abril de 2023, em São Luís. Na ocasião, o homem portava uma pistola Glock, que estava em nome de um laranja residente no estado de São Paulo.

“Essa investigação teve início em maio de 2023 a partir da apreensão de uma arma de fogo que foi pega com um traficante em São Luís. Após as consultas aos sistemas foi constatado que a arma estava registrada em nome de um indivíduo do Estado de São Paulo. Então em contato com esse indivíduo, descobrimos que ele estava sendo usado como laranja, pois possuía arma de fogo em São Luís e que seu registro de atirador esportivo em São Luís era falso”, informou o delegado Thiago Dantas, que preside a operação.

Durante as investigações, foi descoberto que o homem preso com a Glock integrava um esquema criminoso de comércio ilegal de arma de fogo, atuando como intermediador na aquisição das armas. Além disso, também se descobriu que havia uma empresa aberta em nome de um laranja e, durante as buscas à empresa, foi verificado que se tratava de uma fachada usada para disfarçar o esquema, já que nada foi encontrado no endereço apontado como sendo da empresa.

No decorrer do trabalho investigativo, o DCCO/SEIC identificou, ainda, que dois militares do Exército Brasileiro adquiriam armas de fogo legalmente e, em seguida, repassavam os armamentos para os nomes de possíveis laranjas e, depois, vendia no mercado paralelo para criminosos.

“Os militares do Exército trabalhavam no setor responsável pelo registro de armas. Eles faziam a aquisição do armamento de forma legal, mas em seguida colocam em nome de laranjas e vendiam pelo dobro do preço para o mercado clandestino”, conta Thiago Dantas.

A investigação identificou, também, pelo menos 17 armas possivelmente vendidas ilegalmente pelos alvos da operação. Além disso, empresas fantasmas também foram identificadas em nome de dois laranjas, as quais eram controladas por um militar. Entre as armas vendidas ilegalmente para o crime organizado estavam pistolas, revólveres, fuzis e carabinas.

Durante a Operação Orlov, foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão. Além do Maranhão, foram realizadas diligências em Ribeirão Preto (SP), Fortaleza (CE) e Parauapebas (PA) com a apreensão de 17 armas de fogo, provas documentais, aparelhos celulares e 545 munições.

Foram apreendidos, ainda, três veículos e efetuadas cinco prisões, sendo três em flagrante e duas preventivas. Entre os envolvidos presos estão os dois militares do Exército e um advogado. Também foi feito o sequestro de R$ 350 mil em valores da organização criminosa.

“Os militares do Exército faziam a aquisição e venda das armas para o mercado criminoso. O Exército Brasileiro, por meio do Comando Militar do Norte e da 8ª Região Militar, desde o início, acompanhou e colaborou com a investigação envolvendo os alvos militares”, afirmou o delegado-geral de Polícia Civil do Maranhão, Jair Paiva.

A Operação Orlov contou ainda com o apoio operacional de equipes da Polícia Civil do Maranhão e, também, das polícias Civil dos Estados do Ceará e São Paulo.

“Durante as investigações descobrimos que uma das armas estava em nome de uma pessoa de Ribeirão Preto, em São Paulo, que estava sendo usada como laranja. Então, no momento da operação tivemos o apoio da Polícia Civil de São Paulo bem como do Ceará e do Pará. No Maranhão, a polícia realizou diligências em São Luís, Imperatriz, Barreirinhas, Humberto de Campos e Lago da Pedra”, explicou o delegado Jair Paiva.

 

Do G1

Elias Lacerda

Jornalista apaixonado pela notícia e a verdade

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