Na época, buscavam por um lugar mais espaçoso e não ligaram muito para a história do desaparecimento da mulher. “A princípio, a gente até pensou que ela estivesse viva em algum lugar e perdida”, relembra Roberto à BBC.
Apesar de gostarem da localidade e da vizinhança, a sombra e o excesso de umidade na residência incomodava o casal. Isso os levou a reformar o jardim, que tinha plantas muito grandes e chegavam a alcançar o telhado.
“A princípio, a gente não queria mexer no jardim porque a casa não é nossa, e as plantas até eram bonitas. Mas decidimos fazer isso porque nosso cachorrinho ficava rolando na terra do jardim e entrava em casa cheirando muito mal. Além disso, a gente ficava incomodado porque ali reunia bastante caramujo”, diz Fátima.
Foi aí que, em 13 de janeiro deste ano, Roberto e seu filho mais velho resolveram preparar o solo para a chegada da grama que haviam cortado. Embaixo de um canto do quintal onde tinham lírios da paz, eles encontraram um tecido e resolveram desenterrar.
“Na hora, falei: achamos a dona da casa. Fiquei sem reação. Foi horrível, você não quer acreditar que aquilo está acontecendo contigo. Parece que o tempo congela. Passa um milhão de coisas na cabeça. Perde o chão”, diz Roberto.
Investigação
Aposentada, solteira e sem filhos, Luzia morava sozinha com seus animais. Os vizinhos relatam que ela era simpática e muito querida. Com seu desaparecimento, pessoas da região estranharam e denunciaram à polícia.
A apuração sobre o desaparecimento começou em 2013, mas por falta de provas foi arquivada em janeiro de 2020.