O juiz Gabriel Almeida de Caldas condenou os acusados de matar os idosos Maria da Graça Cordeiro Mendes, de 70 anos, e Jesuíno Cordeiro Mendes, que foram assassinados na fazenda onde moravam, no povoado Limão, no município de Turiaçu, a 154 km de São Luís.

O ajudante de pedreiro Daniel Paiva foi condenado a 66 anos, dois meses e 14 dias de reclusão; do pescador Eliselson Cardoso Paiva (“Beiço”) a 41 anos, seis meses e 20 dias de reclusão. Já o lavrador Jeferson Silva da Costa (“Nhonhongo”) foi condenado a 41 anos, seis meses e 20 dias de reclusão.

O acusado José Fernando Ferreira Nascimento (“Elétrico”), que deu carona a um dos acusados até um local próximo da fazenda, foi absolvido por falta de provas. Já Fábio da Conceição Cardoso (“Fabinho”) apontado como o mandante, foi morto em confronto com a polícia.

De acordo com os promotores de Justiça Reinaldo Campos, Frederico Bianchini e Igor Adriano Trinta, que acompanharam o caso, os acusados foram denunciados pelos crimes de latrocínio e tortura.

Segundo os promotores, o grupo torturou Maria das Graças Cordeiro Mendes para que ela dissesse onde estavam os bens do casal e a arma de fogo que havia na casa para defesa pessoal. Consta nas investigações que, apesar de Maria das Graças ter dito aos criminosos onde estavam os bens, eles continuaram as agressões verbais e corporais contra a idosa.

“Aconteceram diversas agressões, diversos golpes. Ela, prontamente, falou que os bens estavam no quarto do casal. Mesmo assim, drogados, a agrediram bastante e a idosa ficou ainda um tempo agonizando”, contou o promotor de Justiça Frederico Bianchini.

Os promotores de Justiça Reinaldo Campos, Frederico Bianchini e Igor Adriano Trinta (da esquerda para a direita) acompanham o caso. — Foto: Adriano Soares/Grupo Mirante

Os promotores de Justiça Reinaldo Campos, Frederico Bianchini e Igor Adriano Trinta (da esquerda para a direita) acompanham o caso. — Foto: Adriano Soares/Grupo Mirante

Os promotores destacaram, ainda, que a motivação do crime foi patrimonial, pois os homens foram até a fazenda para roubar os bens do casal. Após matarem a idosa, os homens saíram da casa levando diversos objetos como: relógios, dois celulares, dois revólveres calibre 38, três cartucheiras calibre 20 e a quantia de R$ 4 mil.

Consta no inquérito policial que Daniel e Fábio Cardoso – o quinto suspeito de participação no crime que morreu em confronto com a polícia depois do duplo homicídio – , se dirigiram até as áreas adjacentes da fazenda, onde encontraram a vítima Jesuíno Cordeiro.

Segundo o promotor de Justiça Igor Adriano Trinta, ao se deparar com o idoso, Daniel apontou uma arma contra Jesuíno, mas Fábio tomou a arma da mão de Daniel e desferiu tiros contra o pai do deputado federal. O idoso ainda tentou fugir, mas foi alcançado e atingido com golpes de arma branca.

Sobre a participação de três adolescentes no crime, os promotores de Justiça afirmaram que eles não tiveram participação na execução do crime, mas, no apoio aos criminosos.

As investigações apontam que os adolescentes estavam em uma canoa motorizada, perto da fazenda das vítimas, esperando os criminosos para ajudar no transporte dos bens roubados do casal de idosos.

O crime

 

O crime aconteceu no fim da tarde do dia 14 de julho de 2020. A mãe e o pai do deputado federal Cléber Verde (Republicanos) estavam sozinhos na fazenda em que moram, em Turiaçu, quando foram mortos.

Graça Cordeiro Mendes tinha 70 anos e foi morta dentro da fazenda com golpes de arma branca e pauladas. Já o pai do deputado, Jesuíno Cordeiro Mendes, foi morto a tiros e arma branca. O corpo dele foi encontrado na manhã do dia seguinte, em uma área de matagal.

“A mãe morreu no interior da residência. Já o pai se encontrava trabalhando em uma cerca, fazendo reparos, quando deve ter ouvido barulhos e tentou se aproximar da casa e, certamente, foi atingido e tentou fugir da ação dos criminosos, caindo em uma área de matagal”, explicou o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela.

Do G1