Matéria publicada em 2 fevereiro de 2013, data da morte do franco atirador- Chris Kyle, um ex-atirador de elite da Marinha americana responsável por pelo menos 150 mortes durante sua carreira, foi morto em um campo de tiro no Texas no sábado, ao lado de seu vizinho Chad Littlefield. O suspeito pelos assassinatos, identificado como Eddie Ray Routh, foi preso. Ele teria 25 anos e seria um veterano da guerra no Iraque.
As mortes de Kyle e Littlefield foram anunciadas pela Fundação Fitco Cares, que ajuda ex-soldados que sofrem de estresse pós-traumático após o retorno de missões em campos de batalha. Kyle, que tinha 38 anos, contribuiu para a criação da fundação e teria morrido enquanto participava de uma atividade para ajudar Routh, que sofre do transtorno.
Kyle participou de quatro missões no Iraque, entre 1999 e 2009, e ganhou diversas medalhas por bravura em combate. “É um choque, é incrível pensar que, depois de tudo por que Chris passou, é assim que ele encontra o seu fim. Houve tantas maneiras pela qual ele poderia ter sido morto no Iraque”, afirmou Scott McEwen, que escreveu um livro com Kyle.
Ao lado de McEwen, Kyle escreveu o livro American Sniper (atirador americano, em português) sobre sua atuação militar. Também é coautor de um novo livro a ser lançado em maio, American Gun (arma americana), em que discute o papel de dez diferentes armas na história dos EUA. Depois do massacre de Newtown, em dezembro do ano passado, Kyle defendeu treinar e armar os professores.
Perfil – Em entrevista ao site de VEJA, em fevereiro de 2012, Kyle disse ter matado 255 pessoas ao longo dos dez anos em que foi chefe do pelotão Charlie, terceiro grupo da força Seal. O Pentágono confirma oficialmente 150 delas. Ambos os números são recorde para um único oficial – até então, o número máximo de vítimas contabilizadas por um atirador de elite era 109, durante a Guerra do Vietnã.
Por isso, Kyle se descrevia como “o atirador de elite mais letal da história militar americana” no livro em que conta a própria história, American Sniper, lançado em 2012. Sem disfarçar o exacerbado nacionalismo, afirmava que gostaria de ter matado até mais. “Não pelo ato de matar”, ressalvou, mas sim porque acreditava estar salvando vidas inocentes.
Ainda pequeno, aprendeu a atirar com o pai para se tornar um grande caçador. Crescido, serviu na Guerra do Iraque, onde era conhecido como “demônio”. Quando voltou para casa, no Texas, junto da mulher e dos dois filhos, era visto como herói. Antes de ser morto, era diretor de uma empresa que presta serviços para as Forças Armadas americanas, treinando futuros atiradores de elite.
No ano passado, ele contou o que sentiu, por exemplo, quando se viu obrigado a matar uma mulher civil, que corria com um pacote nas mãos: “Tenho certa vergonha, mas não me arrependo”, disse, com um forte sotaque texano dando o tom à fala sisuda de quem parece estar sempre pronto a bater continência. Ao mesmo tempo, definiu-se como uma pessoa amorosa e agradeceu à sua família pelo apoio.
(Da veja.com)
Matou muitos e morreu de forma de viveu