Traição motivou desavenças que culminaram em guerra pelo domínio do tráfico na Rocinha
As desavenças que culminaram na guerra pelo domínio da Favela da Rocinha envolvem uma traição. Dono do morro, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, deu um ultimato para que Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, entregasse o comando do tráfico após ter a informação de que o comparsa estava roubando altas quantias da quadrilha. Ao receber a ordem, o criminoso reagiu: caso deixasse o posto, levaria consigo os fuzis que havia comprado durante o período em que esteve à frente da comunidade. Nem discordou e argumentou que as armas pertenciam a ele, pois o dinheiro usado era de suas bocas de fumo. A resposta de Rogério foi mandar matar Ítalo de Jesus, o Perninha, a quem Nem queria entregar o controle da favela.
O carregamento foi interceptado na Rodovia Presidente Dutra, na Serra das Araras, por agentes da Desarme e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O valor das armas e da munição apreendidas foi estimado pela polícia em torno de meio milhão de reais. O arsenal estava numa Parati que passou por São Paulo antes de tomar o caminho do Rio de Janeiro. O motorista foi preso. Ele confessou que o material seria entregue a Rogério 157.
A Desarme abriu um inquérito para apurar como armas de guerra como essas entraram na Rocinha. A unidade especializada também vai rastrear outros 23 fuzis apreendidos desde que os confrontos na favela tiveram início. A polícia trabalha com a hipótese de que parte dessas armas também veio de fora do país, já que os criminosos do Rio têm preferência por armamentos importados.
Jornal Extra