Do blog do John Cutrim –Viúvas do sarneisismo andam entusiasmadas com uma candidatura de Roseana Sarney ao governo do estado (ainda que ela tenha dito em recente entrevista que não tem disposição para enfrentar Flávio Dino) e Lula à Presidência da República. Acreditam os incautos numa dobradinha no próximo ano em que o ex-presidente petista pedirá votos para Roseana a ponto de elegê-la.
Só que o partido de Luiz Inácio Lula da Silva, o PT certamente estará no arco de aliança de apoio a Flávio Dino. Apesar da amizade e lealdade que tem pelo ex-senador José Sarney, Lula (líder nas pesquisas, até então) se verá obrigado a apoiar Dino. Ou no mínimo ficar neutro na eleição governamental do Maranhão.
Como todos sabem, Flávio Dino foi o principal defensor do mandato da presidente Dilma durante o processo de impeachment. O comunista foi, também, voz atuante em defesa do PT e das esquerdas. Apesar da falta de empatia de Lula com Flávio (e vice-versa), a grande maioria dos petistas admiram Dino por sua coragem, preparo e firmeza, têm nele um líder promissor.
Ademais, a turma do PT anda insatisfeita com Sarney e Roseana em função dos dois terem sido um dos principais articuladores do impeachment de Dilma. Classificam pai e filha de traidores, haja vista terem sido um dos maiores beneficiados nos governos de Lula e Dilma, abocanhando ministérios e cargos de primeiro escalão.
Como recompensa do trabalho feito para apear Dilma, Sarney Filho foi nomeado ministro de Meio Ambiente do que os petistas chamam de “governo golpista”. Além disso, Roseana vive de conchavos com Michel Temer. A filha de Sarney participa de almoços, jantares e reuniões do peemedebista. Ela tem ajudado o presidente com a proposta da reforma da Previdência encaminhada ao Congresso. Conversa com deputados da bancada maranhense e tenta convencê-los a votar favoravelmente.
Ou seja, jamais o PT apoiaria uma candidatura golpista liderada por Roseana que, assim como Lula, pode ser presa – no caso da filha de Sarney, por um rombo de R$ 1 bilhão nos cofres estaduais.
Fora as acusações de corrupção, Roseana enfrenta outro problema: o desgaste provocado pela malfada gestão à frente do governo do Maranhão. A insegurança e os indicadores sociais de miséria e atraso marcaram negativamente sua imagem.
Sem apoio político e popular, dificilmente Roseana Sarney sairá candidata a governadora. A saída do grupo Sarney, segundo analistas, será focar na eleição de senador, onde o nome pode ser o da própria Roseana ou Sarney Filho. E quanto a Lula, se não apoiar Dino, ficará neutro no pleito eleitoral do Maranhão. No palanque dos Sarneys, “golpistas”, é que não estará.
(A foto logo acima foi tirada em 2006 em Timon, em palanque armado atrás da agência do Banco do Brasil, durante de campanha de Roseana ao governo; A força de Lula não conseguiu naquele ano impedir um segundo turno no Maranhão e a vitória de Jackson Lago apoiado pelo então governador José Reinaldo Tavares. Em política nem sempre dois mais dois são quatro)