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Administrador de negócios do ganhador de 100 milhões na Mega-Sena foi preso por desviar dinheiro do milionário

André Luiz Lobo foi preso nesta quinta-feira por policiais da Delegacia de Defraudações. Nesta sexta, agentes apreenderam computadores, documentos e seu passaporte
André Luiz Lobo foi preso nesta quinta-feira por policiais da Delegacia de Defraudações. Nesta sexta, agentes apreenderam computadores, documentos e seu passaporte Foto: Reprodução / TV Globo
A vida de um ex-morador da Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, mudou da água para o vinho desde 2017, quando ele ganhou um prêmio de mais de R$ 100 milhões na Mega-sena. Nesta quinta-feira, os holofotes se voltaram novamente para sua história, quando um amigo, André Luiz Lobo, de 39 anos, a quem ele confiou a tarefa de administrar toda sua fortuna, foi preso, acusado de desviar grandes quantias em dinheiro e imóveis, para o seu nome e para o nome de parentes — o esquema foi descoberto pelo milionário quando o homem começou a aparecer com roupas e acessórios de luxo, e iniciou uma obra de R$ 4,5 milhões num condomínio de alto padrão na Barra da Tijuca. Nesta sexta-feira, policiais civis da Delegacia de Defraudações (DDEF) foram à residência de André, no Vivendas da Barra, onde apreenderam documentos, computadores e passaporte, e descobriram mais detalhes sobre a trama.

Os investigadores já sabem que André se aproximou do ganhador da Mega-sena por ser irmão de um amigo seu de infância, que vinha trabalhando como motorista do afortunado. A polícia já sabe que ele foi indicado pelo irmão para o cargo de confiança após um primeiro golpe que o milionário teria recebido, logo que ganhou a bolada, em 2017: ao contar ao pastor de sua igreja, no Complexo da Penha, que havia acertado os números na loteria, o religioso indicou um primeiro administrador, que, assim como o André fizera agora, lhe passou a perna.

— De um tempo para cá, ele começou a desconfiar do André, pelo comportamento, pelas roupas que ele vinha usando, ele disse que havia descoberto até uma coleção de (relógios) Rolex, e aí começou a achar estranho, porque era incompatível com seu salário, de cerca de R$ 12 mil. O ápice da história foi quando um pintor que trabalhava em sua casa comentou inocentemente que estava trabalhando também na obra da casa do André, e que estava ficando muito bonita. Ele acrescentou que a piscina, inclusive, era igual. Foi aí que ele chamou um advogado para levantar tudo — revelou o delegado Marcos Cipriano, delegado titular da DDEF.

— O André pediu ao construtor que não contasse ao amigo sobre a obra, no condomínio onde ele também constrói casas. Em depoimento, o responsável pela obra afirmou que André pediu para que ele não contasse a ninguém, mas achou normal, já que costuma receber este tipo de pedido de famosos que regularmente fazem obras nesta região — acrescentou o delegado.

Após ser descoberto, André, segundo a investigação, passou a ameaçar testemunhas e pretendia fugir do país neste sábado. Ele foi preso nesta quinta-feira, através de um mandado de prisão temporária, expedido pela 17ª Vara Criminal da Capital. Em sua posse, foi apreendida uma arma de fogo, que, por estar registrada, foi devolvida. Numa das diligências feitas pelos policiais, eles descobriram que, apenas numa conta bancária, onde o vencedor da Mega-sena mantinha R$ 35 milhões investidos, após o registro da ocorrência, notou-se que, agora, restavam R$ 16 milhões. O prejuízo total ainda não foi calculado.

Do jornal Extra, do Rio de Janeiro

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Elias Lacerda

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Elias Lacerda
Jornalista apaixonado pela notícia e a verdade