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Carlos Brandão expõe as ambições do senador Roberto Rocha e do ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira

Envolto numa briga interna no seu partid0,  o vice-governador do Maranhão e presidente estadual do PSDB, Carlos Brandão, concedeu entrevista ao jornal O Imparcial e falou sobre a disputa pela sigla no estado onde o senador Roberto Rocha e o ex-prefeito Sebastião Madeira tentam, através da direção nacional, tirá-lo do comando regional tucano.

Na entrevista, o vice-governador fala do comportamento dos seus dois maiores adversários expondo a ganância dos mesmos, onde destaca a ingratidão de Roberto Rocha que ganhou um mandato de senador dado por Flávio Dino e seus aliados e agora se vira contra o governador por querer mais.

Veja a entrevista abaixo:

O Imparcial – Por que essa queda de braço no PSDB?

Carlos Brandão – Eles (Sebastião Madeira e Roberto Rocha) pensam diferente. Querem uma candidatura do Roberto. Só que o partido na minha mão não vai seguir nessa linha. Então só tem um jeito: tomar o partido na marra. Por conta disso eles têm batido numa tese de que o PSDB no Maranhão é um apêndice do PCdoB, como se todos os partidos da base do Flávio Dino fossem apêndices. Coisa que não existe.

Historicamente o entendimento entre vocês sempre foi bom. Como surgiu esse racha dentro do partido?

Na verdade esses dois ‘caras’ foram os mais apreciados pelo governo (Flávio Dino). Roberto foi eleito pelo Flávio. Ele não tinha condições de se eleger. Flávio estava um tsunami eleitoral e nos últimos 15 dias ele tinha 30 pontos (percentuais nas pesquisas) na frente do Roberto e foi pedir voto pra senador, deixando até de pedir pra ele mesmo. Na realidade, ele elegeu o Roberto. Só que, depois que foi eleito, foi contemplado com a Secretaria de Meio Ambiente. Mas ele não ficou satisfeito e queria mais um pedaço do Governo, além da secretaria. E Flávio não deu.

E o Madeira?

O Madeira foi o cara que na campanha de governador foi quem mais defendia essa aliança. Depois de eleito, Flávio Dino passou dois anos andando com ele por Imperatriz, ajudando ele. A prefeitura estava numa situação praticamente de falência. Ele ajudou com dinheiro da saúde, botou asfalto na cidade, construiu hospital, poços, água, esgoto beira rio. Imperatriz era um canteiro de obras. Só que, após sair da prefeitura, mostrou que o projeto dele era igual ao do Roberto: ser senador com apoio de Flávio. Mas Flávio nunca convidou – até porque temos quatro pré-candidatos no grupo. Então, como ele apoiaria? Madeira queria ser escolhido logo. Mas nenhum foi indicado pelo Flávio e ele se achou preterido e resolveu romper. E mais: essa postura dele é cheia de incoerências.

Que tipo de incoerências? 

Na gestão de prefeito ele nomeou o irmão do Flávio (Saulo Dino) secretário de Esportes. Como falar em subserviência? Depois, já na eleição, tentou apoiar a candidatura do Clayton Noleto (Secretário Estadual de Obras), que é do PCdoB. Como Clayton não se viabilizou, tentou apoiar Marco Aurélio, que é deputado estadual pelo PCdoB. Mais subserviência do que isso desconheço. Ele diz que é um homem de partido. Mas se ele era prefeito da cidade pelo PSDB, por que não lançou um candidato do PSDB? Por fim, não deu certo o Clayton, nem o Marco Aurélio e ele não lançou ninguém do PSDB e foi apoiar um candidato de outro partido. Então é tudo muito cheio de incoerências. Madeira e Roberto são dois caras que tem perfil de traidores. Não tem gratidão.

Sabe-se que Roberto conversa melhor hoje com o grupo Sarney do que com o grupo de Dino. O senhor acredita que ele vai levar o partido pra Roseana em 2018?

Vai. Para ser laranja de Roseana. Só para dar o segundo turno. Se ele for candidato e tiver 4%, por exemplo, gera o segundo turno. A gente já conhece esse filme. Em 2002 ele foi candidato a governador, teve 4% e no meio da eleição jogou a toalha. É um general sem exército. No dia da filiação dele no PSDB, em Brasília, tinham 180 prefeitos no evento da Famem lá. Convidou todos e nenhum foi na filiação dele. Ele está querendo ver se pega as pessoas que estão descontentes com Flávio Dino. Ele tem 2 ou 3% nas pesquisas. Ai ele tenta polarizar pra ver se cresce. Porque quem não gosta de Dino tem que ir para algum lugar. E esse lugar ele quer que seja ele. Mas Flávio não dá bola.

Por que não querem o PSDB com Flávio no Maranhão?

O Flávio tem as ligações políticas dele com a esquerda. Porém, o Flávio, em 2014, já tinha. Nossa aliança com o PCdoB é para questão estadual. Para a questão nacional nós sempre nos separamos. Eu nunca participei de nenhum evento com Dilma ou Lula aqui no Maranhão. O projeto local é diferente do nacional. Essa aliança com o PCdoB foi avalizada e aprovada pela cúpula nacional. O Aécio avalizou e estava na campanha. O PSDB era um nanico.  Saiu de oito para 30 prefeito. Saiu e nove para 30 vices, teve mais de um milhão de votos.

O senhor acredita que uma intervenção nacional vai lhe tirar do comando do partido?

Não sei. Estou aguardando. Estou preparado para tudo. Fiz uma reunião quarta com correligionários e todo mundo está firme. Dizem que não vão para esse projeto. Ninguém vai. Chamei os dois (Madeira e Roberto) para disputar comigo, mas eles não vão. Não têm voto. Mas se fizerem isso eu vou para Justiça. Já fizemos todos os processos administrativos, políticos e agora o terceiro é jurídico. Vai ser uma guerra. E estamos preparados. Diante de tanto trabalho que a gente fez, seria uma fraqueza se eu não fosse. Crescemos 290%´o maior crescimento do PSDB no Brasil. Não podemos jogar isso fora.

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Elias Lacerda

Elias Lacerda

Elias Lacerda
Jornalista apaixonado pela notícia e a verdade