Flamengo e River Plate farão neste sábado a 15ª decisão sul-americana entre equipes dos dois países; o retrospecto é amplamente favorável aos nossos vizinhos
Flamengo e River Plate farão a 60ª decisão da história da Copa Libertadores da América, a primeira a ser realizada em partida única. A primeira final aconteceu em 1960, entre Olímpia, do Paraguai, e Peñarol, do Uruguai. A partir de então, foram os times do Brasil e da Argentina que mais chegaram em finais e conquistaram o maior número de taças.
Em seis décadas da competição sul-americana, contudo, os maiores rivais do continente se enfrentaram apenas 14 vezes e o retrospecto é favorável aos argentinos: são nove títulos conquistados em confrontos diretos, contra apenas cinco dos brasileiros.
Os duelos nas fases de mata-mata também apontam vantagem para os times do lado de lá da fronteira. Contando as eliminações de Cruzeiro e Athletico Paranaense para River Plate e Boca Juniors, respectivamente, e a vitória do Palmeiras sobre o Godoy Cruz nas oitavas de final de 2019, os times argentinos já superaram os brasileiros 33 vezes. O contrário aconteceu em 26 oportunidades.
A Argentina também é o país do maior ganhador da história: o Independiente de Avellaneda, com sete taças ao todo. Entre os cinco maiores campeões, aparecem o Boca Juniors (seis títulos), o River Plate e o Estudiantes (quatro cada um). O Peñarol é o intruso com cinco troféus conquistados. Entre os brasileiros, apenas Santos, São Paulo e Grêmio conseguiram levar a cobiçada taça para a casa em três ocasiões cada. Na final de 2019, o Flamengo tem a chance de vencer a competição pela segunda vez.
Relembre as histórias dos 14 duelos entre times do Brasil e da Argentina na final da Libertadores:
Santos x Boca Juniors, em 1963
Estudiantes x Palmeiras, em 1968
Independiente x São Paulo, em 1974
O Independiente foi tetracampeão seguido nos anos 1970 e o terceiro título foi em cima de um time brasileiro. O São Paulo até conseguiu virar o placar na partida de ida no Pacaembu com gols de Pedro Rocha e Mirandinha, mas perdeu na volta em Avellaneda por 2 a 0. O jogo decisivo foi disputado no Chile e Pavoni, já no final do jogo, acabou com o sonho tricolor.
Cruzeiro x River Plate, em 1976
Boca Juniors x Cruzeiro, em 1977
Independiente x Grêmio, em 1984
São Paulo x Newell’s Old Boys, em 1992
Vélez Sársfield x São Paulo, em 1994
Boca Juniors x Palmeiras, em 2000
A final da Libertadores de 2000 foi uma verdadeira reunião de craques. Óscar Córdoba, Juan Román Riquelme e Martín Palermo de um lado. Marcos, César Sampaio e Alex do outro. Com grandes nomes nos dois times, a decisão só poderia ser parelha. O Palmeiras conseguiu um grande resultado na ida: um empate por 2 a 2 em La Bombonera – Pena e Euller fizeram os gols da equipe brasileira. A partida de volta, disputada no Morumbi, terminou em 0 a 0 e a torcida soltou o grito de “bicampeão” antes mesmo do início das cobranças de pênaltis – o alviverde havia vencido a Libertadores do ano anterior. Os palmeirenses não contavam com os erros de Faustino Asprilla e Roque Júnior, que pararam no goleiro colombiano Córdoba, e foram os torcedores do Boca que acabaram fazendo a festa.
Boca Juniors x Santos, em 2003
Boca Juniors x Grêmio, em 2007
Se o Santos tomou de 5 a 1 no placar agregado em 2003, o Boca conseguiu ser ainda mais impiedoso quatro anos mais tarde, contra o Grêmio. Riquelme havia retornado da Europa e comandou o ataque do time argentino que também contava com Rodrigo Palacio e Martín Palermo. O camisa 10 fez um dos gols na vitória da partida de ida por 3 a 0, na Argentina, e marcou outras duas vezes nos 2 a 0 no segundo jogo, no Olímpico. Foi a última vez que o Boca Juniors venceu a Libertadores.
Estudiantes x Cruzeiro, em 2009
Para muitos cruzeirenses, este confronto representa o maior trauma da história do clube. Após empatar a primeira final por 0 a 0 em La Plata, a Raposa saiu na frente no começo do segundo tempo no Mineirão, com chute de longe do volante Henrique. O problema foi que Gastón Fernández empatou logo na sequência e o time sentiu o gol. O golpe fatal veio de Mauro Boselli. Após escanteio cobrado por Juan Sebastián Verón – então com 34 anos e de volta ao time que o projetou para o futebol –, o hoje atacante do Corinthians cabeceou e colocou números finais no placar.
Corinthians x Boca Juniors, em 2012
“Olha o Romarinho!”. A consagrada narração de Cleber Machado, na transmissão da TV Globo, descreveu o gol de empate do Corinthians contra o Boca Juniors já nos últimos momentos do primeiro jogo da final de 2012, em La Bombonera. O 1 a 1 deu a tranquilidade que a equipe precisava para vencer seu primeiro e único título da Libertadores, na semana seguinte, no Pacaembu. Emerson Sheik acabou sendo o herói da conquista, com os dois gols marcados na vitória por 2 a 0.