Escândalo: Seis policiais e um delegado são presos em operação contra o tráfico de drogas

A Operação Transformers’ identificou o que seria o principal grupo de distribuição e vendas de drogas em Juiz de Fora e Zona da Mata, em Minas Gerais; suspeita é que grupo criminoso movimentou quase R$ 1 bilhão em cinco anos

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmou, na tarde desta quinta-feira (20), que um delegado e seis investigadores estão entre os alvos de mandados de prisão preventiva da “Operação Transformers”, que investiu contra um grupo criminoso que teria ligação com o tráfico de de drogas, lavagem de dinheiro e roubo. A Tribuna perguntou os nomes dos policiais envolvidos, mas ainda não obteve retorno.

Por meio de nota encaminhada à Tribuna, a Polícia Civil confirmou que, durante a operação, “foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, em desfavor de policiais civis investigados por suposto envolvimento em crimes de tráfico de drogas e corrupção passiva”. O delegado e os investigadores foram presos e encaminhados à Casa de Custódia da Polícia Civil em Belo Horizonte.

“A PCMG esclarece que, além do processo criminal, os servidores responderão a procedimentos administrativos disciplinares na Corregedoria”, afirma a entidade, em nota. A ação tem o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal. Dois helicópteros, da PM e da PRF, participam da operação.

A Operação Transformers

De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, ao longo da manhã, foram cumpridos 250 mandados, sendo 31 de prisão preventiva, 61 de busca e apreensão, 148 de sequestro de veículos, dez de sequestro de indisponibilidade de imóveis, além da apreensão e indisponibilidade financeira na ordem de R$ 55 milhões.

Segundo o MPMG, as investigações começaram há aproximadamente dois anos e resultaram na identificação de uma “extensa e complexa organização criminosa com atuação concentrada na Zona da Mata mineira, especialmente na cidade de Juiz de Fora”. A suspeita é que o grupo seja o responsável pelo fornecimento e abastecimento de drogas para traficantes na região.

A estrutura do grupo criminoso, ainda conforme o MPMG, conta com diversos núcleos, entre eles setores de logística e financeiro, responsável pela lavagem de dinheiro. Também é apurado um setor de corrupção, responsável por proteger as atividades ilícitas com “informações privilegiadas de atividades policiais e demais condutas para evitar a responsabilização de integrantes da organização”.

Além disso, as investigações descobriram que o grupo atuava em outras associações criminosas para a prática de diversas atividades ilícitas, entre elas, o comércio ilegal de peças de veículos provenientes de crime, corrupção de agentes públicos e lavagem de dinheiro.

A suspeita é da movimentação de aproximadamente R$ 1 bilhão nos últimos cinco anos.

Participam do cumprimento dos mandados, todos expedidos pela 1ª Vara Criminal de Juiz de Fora, oito promotores de Justiça, 24 agentes policiais do Gaeco, seis servidores do MPMG e 250 policiais das forças de segurança, dentre eles, 17 equipes da Corregedoria-Geral da Polícia Civil. Conta, ainda, com apoio da Polícia Militar do Meio Ambiente, Polícia Penal e da Secretaria de Estado de Fazenda.

 

Do Tribuna de Minas

Elias Lacerda

Jornalista apaixonado pela notícia e a verdade

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