Partidos se unem no Maranhão em defesa de Lula
Os líderes maranhenses dos partidos de esquerda estiveram reunidos esta sexta-feira (6/abril), em São Luís, para uma declaração de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Estiveram presentes o presidente do PT no estado, Augusto Lobato, o presidente estadual do PDT, deputado federal Weverton Rocha, o presidente estadual do PCdoB, Márcio Jerry, além de Arnaldo Colaço, membro da Executiva Municipal do PSOL e o economista Saulo Pinto, representando o PSOL.
Para os líderes, a prisão de Lula além de arbitrária é ilegal e inaceitável. Márcio Jerry avalia que o atual momento político que o país vive é de muita gravidade. Para ele, mais do que manifestar indignação conceitualmente, não há outro caminho que não seja o da resistência.
“Essa não é uma bandeira do PT, essa é uma questão da esquerda brasileira, essa é uma questão dos setores progressistas do país. Nós todos hoje estamos nessa trincheira, todos aqueles que têm uma percepção democrática de sociedade estão indignados com esse processo que está se desenvolvendo no nosso país. É preciso que a gente tenha a capacidade de uma reação no debate, nas redes sociais, mas, sobretudo, nas ruas do nosso país”, pontuou Jerry.
“Estão prendendo a democracia”
Como líder da oposição ao presidente Michel Temer (MDB) na Câmara dos Deputados, o deputado Weverton Rocha lembrou que já vinha sendo denunciada a construção de um golpe no país, e que, para Weverton, está sendo consumado com o encarceramento do ex-presidente Lula. “Hoje não estão prendendo Lula, estão prendendo a democracia”, afirmou Weverton.
O presidente do PT, Augusto Lobato, classificou a prisão de Lula como ilegal e arbitrária, e convocou a população para mobilização do partido que será realizada na tarde desta sexta-feira (6), na Praça Joãosinho Trinta (ao lado da antiga REFFSA), no centro de São Luís.
“Essa prisão arbitrária pode acontecer com qualquer cidadão brasileiro, portanto ela é ilegal, não reconhecemos e nós vamos resistir tanto em São Bernardo do Campo como em São Luís”, afirmou Lobato.
Fora das eleições
O presidente do PCdoB no Maranhão considera que a decisão apressada de Sérgio Moro pela prisão de Lula não faz parte de mero processo judicial, mas sim de uma disputa política e ideológica. “A decisão do Sérgio Moro, atropelando o próprio rito legal, só mostra de maneira inequívoca que se trata de um pré-julgamento, e não de uma disputa jurídica”, ressaltou Jerry.
Representando o PSOL, o professor de Economia da UFMA, Saulo Pinto, defende que o golpe contra Lula foi previamente arranjado pela grande imprensa nacional e pela direita brasileira, para inviabilizar sua candidatura em 2018, já que não foram apresentadas provas concretas contra o ex-presidente.
“O Lula é a maior liderança popular da história do país e sequer um elemento de materialidade foi comprovado. Tá muito óbvio, inclusive para a imprensa nacional, que não há um ato de corrupção direta com a participação de Lula”, lembrou Saulo.
“Lula somos todos nós”
Jerry destacou ainda o último encontro que ele teve com Lula ao lado do governador Flávio Dino. Segundo o ex-secretário, convicto de sua inocência, Lula teria dito que a questão maior é que nem ele e nenhum cidadão brasileiro podem ser presos sem o devido processo legal num julgamento sem provas. “Isso que tá em questão é extensivo. Lula mais do que nunca hoje somos todos nós”, reforçou o ex-secretário.
Márcio Jerry encerrou sua fala garantindo que “nesse momento a palavra de ordem é resistência”.
Como dizem os escritores contemporâneos do Brasil: é aceitar que dói menos.