O número de suspeitos mortos que assaltaram os bancos de Campo Maior chega a oito. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) na manhã desta segunda-feira (06/05). Ontem, outros cinco foram mortos após confronto com a Força Tarefa em Cocal, distante 240 km de Teresina. Horas depois, outros três foragidos acabaram morrendo.
A outra parte da quadrilha está escondida na mata entre Batalha e Barras, no Norte do Piauí. Segundo Fábio Abreu, secretário de segurança, os membros se dividiram em dois grupos: um seguiu de Piracuruca até Cocal e o outro ficou entre Barras e Batalha.
“Eles fugiram em direção à Boqueirão. De lá, foram para Boa Hora e Batalha, onde pernoitaram. Seguiram em direção à Cocal da Estação e retornaram, provavelmente, para Batalha. Nesse percurso, houve o confronto com a PM, que quebrou a logística deles. Um grupo retornou para Cocal e outro fugiu rumo à Barras. Na fuga [para Cocal], eles perderam o controle do carro, mas conseguiram outro e ficaram sem combustível. O outro grupo [para Barras] entrou em uma estrada vicinal, mas ficou atolado. A partir daí, tivemos esses dois grupos à pé no mato. Fizemos procuras por lá e as informações começaram a aparecer’, destacou o secretário.
Cada um deles portava em média de R$ 10 mil. O dinheiro seria usado para “emergências” durante a fuga. Com o primeiro grupo morto, a Força Tarefa busca capturar os demais membros escondidos entre Batalha e Barras.
“Nós localizamos o local exato onde eles estavam. Nós demos voz de prisão, houve reação e eles morreram. Na madrugada de hoje, outros dois vieram à óbito”, continuou.
Quatro dos cinco mortos foram identificados pela Polícia. São eles: Ricardo dos Santos, de 40 anos; Weverson de Oliveira Marçal, de 31 anos; Jean Gustavo Silva, de 30 anos e Jefferson Araujo Marquete, todos naturais do Estado de Minas Gerais. Eles eram especialistas em assalto a banco e respondiam a quase 30 processos juntos.
A CAÇADA QUE DURA UMA SEMANA
O crime aconteceu na madrugada de 30 de abril, por volta das 1h. A quadrilha usou explosivos para retirar o dinheiro, destruindo o Banco do Brasil, Caixa Econômica e Bradesco. Por causa do crime, a cidade ficou sem as três agências que abastecem a região. O valor roubado não foi divulgado.
Segundo o delegado Marcelo Leal, houve danos à estrutura do prédio do Banco do Brasil, a mais afetada pelos explosivos. Teto, caixas, bancadas, paredes e vidros foram danificados pelos criminosos ao tentar subtrair o dinheiro. Há risco dela ser demolida.
“Eles instalaram explosivos em vários terminais [de atendimento], abalando a estrutura do prédio. Então, vai ser interditada”, disse à reportagem.
Acredita-se que entre 12 e 15 homens participaram do assalto. Para fugir, eles usaram três veículos 4×4 e saíram em alta velocidade pelas ruas de Campo Maior. Dois veículos foram encontrados esta semana pela PM. O O primeiro foi resgatado durante confronto em Piracuruca e o segundo, em Batalha.
CONFRONTOS E USO DE HELICÓPTERO
Em fuga intermunicipal, os envolvidos atiraram contra os policiais. O confronto aconteceu na noite de 30 de abril quando eles tentavam passar por Piracuruca, a 111 km de onde cometeram o primeiro crime.
Não houve registro de feridos, mas a população do município ficou aterrorizada com os tiros. Segundo o coronel Márcio Oliveira , os suspeitos jogaram ‘miguelitos’ na estrada, para dificultar a passagem da PM, furando os pneus das viaturas.
Ao ver outra viatura, eles abriram fogo contra os PMs, usando armas de grosso calibre.
Em 01 de maio, o secretário Fábio Abreu autorizou o uso de um helicóptero para auxiliar nas buscas. A aeronave, com capacidade para quatro pessoas, acompanhou pelo ar o paradeiro da quadrilha, que se escondeu nas matas do município.
Do site oitomeia.com