Do blog do John Cutrim –Com a prisão determinada, o empresário Eike Batista figura como um grande doador de campanhas eleitorais. Entre os beneficiados a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que recebeu R$ 1,5 milhão para suas campanhas eleitorais.

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eike destinou, em 2010, R$ 500 mil à campanha de Roseana ao governo do Maranhão.

Antes, no ano de 2006, o PFL (atual DEM) do Maranhão, que tinha à frente Roseana Sarney, obteve R$ 1 milhão.

A vinda de Eike Batista ao Maranhão foi patrocinada por Roseana em março de 2009, após o golpe judicial que tirou Jackson Lago do poder. Eike e Roseana Sarney venderam a promessa de um falso “eldorado”, que surgiria da exploração de gás e petróleo em municípios paupérrimos do estado, como Capinzal do Norte, Trizidela do Vale e Santo Antônio dos Lopes, entre outros. Festejado pelos Sarneys que as empresas de Eike (OGX E EBEX) haviam descoberto a ‘meia Bolívia’ de gás natural no interior do Maranhão, o empresário foi incensado e promovido a semideus por Sarney, sua filha e integrantes do seu grupo, mas logo viu seu império cair. Ficou a miséria dos maranhenses enganados por Eike e o clã Sarney, como bem observou o jornalista Oswaldo Viviani no JP.

As contribuições do empresário Eike Batista somam R$ 12,6 milhões e foram distribuídas para 13 diferentes partidos entre 2006 e 2012.

Em depoimento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no ano passado, o empresário afirmou que foi educado “com o conceito de comunidade”, fazendo doações “voluntárias” a diferentes partidos e candidatos.

PRISÃO

A força-tarefa da Lava Jato pediu a prisão de Eike Batista pela suspeita de pagamento de US$ 16,5 milhões em propina para o ex-governador Sérgio Cabral. Nessa operação, ele ainda é investigado. Mas, na Justiça Federal, Eike já responde a pelo menos duas ações por crimes financeiros. Ele também já teve recursos bloqueados no exterior e recebeu multas e outras punições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fiscaliza o mercado de ações.

O empresário fez fortuna convencendo investidores a apostar em suas ideias. Ele vendeu ações de empresas como a OSX, de construção naval, e a petroleira OGX apresentando planos promissores. Mas as companhias tinham problemas financeiros e não produziram tanto quanto anunciavam. Isso rendeu denúncias apresentadas pelas unidades do Ministério Público Federal em São Paulo e no Rio, que acabaram virando processos judiciais.

Em março de 2012, Batista foi citado como oitavo homem mais rico do mundo em uma lista da agência financeira Bloomberg, com um patrimônio estimado em US$ 34,5 bilhões (R$ 108,6 bilhões em valores atuais).