A Hora de Timon – Artigo de Paulo Renand da Silva Ramalho
A Hora de Timon
É de conhecimento geral que a cidade de Timon, irmanada à Teresina, Capital do Piauí, por tempos, foi considerada um bairro desta. Ora, não há qualquer demérito para um município de interior ser considerado bairro de uma capital, especialmente por que a proximidade entre ambas proporciona fácil acesso de todos os serviços públicos e privados que uma metrópole pode proporcionar.
Entretanto, embora inegavelmente os benefícios sejam imprescindíveis para os habitantes de Timon, também é necessário lembrar que a conurbação com Teresina, fez com que por muito tempo, a cidade maranhense fosse vista apenas como Cidade Dormitório, de tal modo que sua população economicamente ativa majoritariamente trabalhava na Capital e voltava ao lar apenas para o descanso noturno.
Cumpre ressaltar que a situação de Timon é peculiar, uma vez que, mesmo com as dimensões continentais do Brasil, apenas Teresina e Brasília enquanto capitais possuem, em seu entorno, municípios de outras Unidades da Federação.
Além dos supracitados fatos, pontua-se ainda que do lado maranhense, há a proximidade com Caxias-MA, que até outrora foi, após São Luis e Imperatriz, a 3ª cidade mais importante do Estado, sob os aspectos econômicos, culturais e populacionais. Deste modo, ao passo que os investimentos privados obviamente concentraram-se em Teresina, o Poder Público Maranhense sempre optou por Caxias para receber as benesses estatais, relegando a Timon, papel secundário, a depender das duas potencias que lhe cercavam.
A discrepância entre as cidades era tamanha que embora Timon seja a porta de entrada do Maranhão, entrecortada por duas rodovias federais, sedes da Policia Rodoviária Federal, Policia Federal, Receita Federal, dentre outros, sempre se situaram em Caxias. Ademais, o curso de Medicina da UEMA, Hospital Macrorregional de Caxias e outros equipamentos estaduais privilegiaram a Princesa
do Sertão, de tal modo que até pouquíssimo tempo, sequer agência do INSS Timon possuía.
Todavia, os tempos de outrora, e as razões que motivaram o deslocamento de investimentos para outras cidades não existem mais. A expansão imobiliária de Teresina, o baixo custo de aquisição de terrenos, e a proximidade com o Centro Financeiro da Capital começaram a despertar atenções a quem antes era tida como invisível.
O Município que antes era apenas dormitório tornou-se a 4ª maior cidade do Maranhão, referência em Educação no Maranhão e Brasil, o PIB Timonense, de acordo com o IBGE, é superior em mais de R$ 200.000,00(duzentos) milhões ao PIB Caxiense, há entre as duas, mais de 20.000(vinte mil) habitantes de vantagem para Timon, de tal modo que em todos os índices econômicos, sociais, educacionais, Timon consolidou-se como o maior potencia da região leste maranhense.
A par do que se expõe, não subsistem razões para que Timon não pleiteie das esferas estaduais e federais, investimentos e benesses com o tamanho e a importância que ostenta. Todavia, a inércia em agir, a apatia em buscar investimentos, ressaltando que a cidade é a maior do leste maranhense e com potencial inigualável para se tornar ainda maior, estando apta a receber maiores investimentos, a exemplo de cidades vizinhas a outras metrópoles nacionais, como Caucaia, no Ceará, e Ananindeua no Pará.
Assim, este artigo conclama a sociedade civil, empresarial, e, sobretudo os 21 vereadores, deputados estaduais e suplentes a pleitearem por nossa cidade aquilo que ela merece. Busquemos com afinco a 4ª ponte, o contorno rodoviário da cidade, que sem duvidas desenvolverá nossa estrutura viária. Cobremos um campus da UFMA, com cursos de Direito, Medicina, Engenharia, além de novos cursos na UEMA, de modo a desenvolver a estrutura educacional do município. Solicitemos investimentos na Saúde, Hospital Oncológico, para que tenhamos mais dignidade no acesso a estes serviços. Busquemos, pleiteemos, cobremos. É a hora de fazer por Timon a potencia regional que merece ser!
Paulo Renand da Silva Ramalho
Advogado. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Piauí.
Pós Graduado em Direito Público, Orçamento e Gestão.
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Comentou em 20/05/23